jun072013

Aproveitando o post sobre a saída do Sr. Gugu da Record, algumas questões me fizeram refletir – elas não são novas, mas foram revividas na minha mente.
 TV Lixo
Parei para lembrar o que era a TV aberta na década de 90 e o que ela é hoje. Logo me lembro dos desenhos animados nas manhãs, os filmes da tele quente segunda a noite, os programas de humor no sábado a noite e domingo depois do almoço da Globo, as corridas de fórmula 1, o futebol nas quartas e domingos, o Faustão e o Gugu com seus programas de auditório sempre muito assistidos e comentados… aiai bons tempos.. mas calma aí: MUDOU ALGUMA COISA HOJE EM DIA?
A resposta é sim e não. Não para a sequencia chata e repetitiva de coisas que não muda nunca, não para as pessoas que na maioria das vezes seguem as mesmas, não para o líder e não para mais um monte de coisas que segue de forma quase idêntica. O que mudou mesmo nessa história é a pessoa que está do outro lado da tela. No geral  com um pouco mais de educação, dinheiro no bolso, voz para reclamar e se expressar, parece que o “povão” teve uma evolução, mesmo que na maioria dos casos ainda muito sensível. E não há quem possa negar isso. Seja com o acesso a tv por assinatura (de forma lícita ou ilícita) passou agora à ter argumentos e ver o “outro” lado da moeda, reconhecendo os vícios e virtudes daquela TV aberta repetitiva apelativa e chata.
Mesmo sendo ainda bastante ruim, a TV por assinatura dá um show em vários quesitos na fraquíssima TV aberta, principalmente para os fanáticos por filmes, séries e modalidades esportivas diferentes do futebol.
No esporte
Quase 30 anos não significaram nada para a TV aberta. Os mesmos formatos estão lá. Os mesmos apresentadores chatos estão lá. Apenas o futebol conseguiu se sustentar, e mesmo assim campeonatos menores não conseguiram ganhar espaço nas grades. O vôlei está idêntico ao que era nas últimas duas décadas (com apenas as finais sendo transmitidas). Coitado do basquete, do tênis ou de qualquer outra modalidade que não comece com fut.
Nas novelas e séries
As novelas seguem o mesmo ritmo, sem praticamente nenhuma inovação – nem no formato, nem no horário e nem nas expirações. Seguem o mesmo convento que precisa obrigatoriamente tomar cuidado com cada cena e frase para não ofender os valores da família tradicional cristã heterossexual brasileira – e ai do autor que ousar esbarrar um pouco fora dos dogmas. E as séries – como gostamos delas… mas a TV aberta não gosta. Obrigatoriamente devendo ser dubladas, contam com trabalhos feitos em cima da hora, cortes para encaixar em ótimas faixas de horário: entre as 2 e as 5 da madrugada. Se na TV por assinatura já existem problemas com atrasos para lançar episódios e localização do idioma, na TV aberta o problema é multiplicado por 10x, no mínimo.
Os programas de auditório
Ratinho, Faustão, Gugu, falecida Hebe, Rodrigo Faro e cia que me perdoem, sei que seus programas ainda geram audiência mas por favor, algo tem que mudar. É impossível não sentir vergonha alheia de ver formatos da década de 80 serem repetidos 51 domingos por ano, sem nem tentar arriscar uma mudança. Até mesmo os próprios auditórios acabaram diminuídos, pois não há interesse parecido com o que existia na década de 90. Não vou nem entrar no mérito de criticar quem ainda assiste por se tratar de uma questão de gosto, mas já passou da hora de tentar o novo, reformular a grade de programação e investir em algo que realmente sirva para alguma coisa.
Expectativas de melhora?
Não vejo nenhuma. É o mesmo sai Gugu do Sbt, vai para a Record, volta ou vai para Globo. Sai Hebe do SBT, vai para a Rede TV, volta para o SBT, falece. O faustão precisa de férias, não deve ser fácil repetir os mesmos bordões chatos, fazer as mesmas piadas e aguentar os mesmos cantores que semana que vem ninguém nem mais lembrará o nome. A rotina cansa, desgasta e destrói. A repetição é burra e torna quem se acomoda com ela burro também. Programas para a massa fazem com que o expectador entre em um ciclo infinito de se contentar com o ruim, até porque não tem naquele momento (ou não conhece) algo melhor. A TV aberta caminha claramente para seu fim ou mudança total, e será muito em breve engolida em definitivo pela TV por assinatura e principalmente pelo conteúdo on demand. Da mesma forma que o celular (que era inacessível) substitui a telefonia fixa e a matará em breve, o e-mail matou o fax, e os leitores digitais vão aos poucos sepultando os livros e mídias impressas, a própria internet cumprirá seu papel de extirpar a rotina da TV aberta da face da Terra – ao mesmo na terra dos povos evoluídos e com infraestrutura mínima de qualidade.
Abraços,
fonte:eXorbeo.com

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